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Varejo de vestuário tem recuperação lenta e deve registrar queda de 18,4%

Diretor do IEMI apresenta dados do setor para Diretoria do Sintex e aponta caminhos para 2021.

 

O diretor do IEMI - Inteligência e Mercado, Marcelo Prado, participou da reunião de Diretoria do Sintex - Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário, nesta terça-feira, dia 22, trazendo dados importantes para o setor de vestuário, cujo grande desafio em 2020 tem sido equilibrar a oferta e a demanda na cadeia produtiva.

 

De janeiro a junho, o segmento registrou, conforme dados do IEMI, uma queda de -36% em volume de peças comercializadas. O saldo previsto para 2020 é de uma queda de -18,4%, no varejo de vestuário, o que representa uma perda de comercialização de 1 milhão e 100 mil peças.

 

“A recuperação do vestuário não está sendo em V, o que é comum em situações de choque, como a pandemia. Está sendo mais lenta”, explica Prado. Mas, o especialista sinaliza um 2021com expectativas bem mais otimistas e um final de ano bem mais aquecido.

 

“Com a diminuição das restrições nas cidades, é possível que a gente encontre quase todas as lojas abertas nas grandes datas do varejo, nesse final de ano, , como a Black Friday e o Natal. O problema será a indústria conseguir atender os pedidos, que vieram tarde”, explica Prado.

 

Para o próximo ano, Marcelo apresentou dois cenários possíveis. “A grande dúvida é se 2021 será um período em que iremos sofrer com o desemprego ou se iremos vivenciar a consolidação de uma recuperação. Eu acredito na segunda opção. Minha opinião: teremos dois dígitos de crescimento, algo nunca visto por mim, que atuo desde 1990 nesta área, mas não sei se haverá recuperação de todas as perdas deste ano”, pontua. 

 

O presidente do Sintex, José Altino Comper, diz não esperar uma recuperação tão grande.  “Não esperamos 20% de crescimento, mas um índice de 10% de recuperação em 2021, certamente, já auxiliará muito o setor, a geração de emprego e renda”, destacou.

 

Internet

 

Assim como no setor de cama, mesa e banho, onde o e-commerce pode chegar a uma participação de 8% no setor neste ano, a Internet não é a salvação do varejo de artigos de moda, na opinião de Prado.

 

“Não vejo a internet substituir o varejo físico, mas vai ser uma ferramenta importante para fazer você ser encontrado, despertar desejo e fazer venda, pelo meio online ou não”, destacou Marcelo, apontando a importância de conceitos como o do omnichannel.

 

Em 2019, o varejo físico no setor de vestuário representava 98,3% do total do varejo, enquanto o e-commerce (B2C) representava 1,7%, com uma taxa da crescimento de 33%. Em 2020, a taxa de crescimento no comércio eletrônico deve dobrar. “Mas, o que vemos hoje é uma transformação que não é só o comércio eletrônico convencional, vai além, é uma ‘venda a distância’, com o uso de ferramentas como Instagram, Facebook e WhatsApp”, explica Prado.

 

Oportunidades

 

Uma pesquisa do IEMI, com 402 entrevistados, apontou que Sul e Sudeste são responsáveis por 63% do consumo de moda no Brasil e o maior mercado do segmento é das classes B a C+, considerado um público que “puxa a retomada”. O momento, destacou Prado, é o de investir em marketing, no P de Promoção.

 

Os dados do IEMI indicam que mais da metade, 54% dos consumidores, afirmaram que fizeram compras após o fechamento das lojas física motivados por alguma propaganda ou divulgação das marcas, vistas nas redes sociais por 35% destes entrevistados, app das lojas (7%) e e-mails (6%). Outros 48% afirmam que pretendem comprar ainda neste ano e 24% nas próximas semanas.

 

Outro dado importante é que quase 80% dos entrevistados afirmam que passaram a valorizar marcas e produtos mais sustentáveis.

 

O que irá vender

 

Baseado em dados da última grande crise do setor, de 2015 a 2018, Prado afirma que o que vende nestes momentos são o “novo e atraente, sem ser exótico”. Há maior busca pelo diferente, jovem, despojado, sexy e romântico, além de peças que sejam mais atemporais e que durem mais do que uma única estação.

 



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